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Momento da confirmação do batismo, da profissão de fé em Cristo, na Igreja católica apostólica romana por todos os fieis e pelos jovens que sendo crismados por Dom Emanuel no dia 24 de maio de 2015, em Chalé-MG. |
“Queridos irmãos e irmãs, neste
domingo estamos celebrando a festa muito bonita, a festa do pentecostes, a
festa da vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, a festa da qual nós podemos
dizer que iniciou-se a Igreja com a
pregação dos apóstolos. O Espírito Santo é Deus é a terceira pessoa da
Santíssima Trindade. Quando nós formos fazer o nome do Pai para começarmos uma oração, saibamos que este gesto já é uma oração ao
dizermos: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém.” (O bispo, Dom
Emanuel, com gestos faz o sinal da cruz e explicando como se faz o sinal, na
testa, no peito e de cada lado dos ombros sem se preocupar com direita e/ou esquerda. É espontâneo o gesto).
E continua o sermão: “ Estamos
professando a fé, que o nosso Deus é puro e trino. Puro na divindade e trino
nas pessoas. As pessoas não são diferentes, mas são distintas. Um é o Pai,
outro o Filho e o outro, o Espírito Santo. Então nós rezamos o nome do Pai, um sinal da
unidade e fazemos o sinal da cruz lembrando que a nossa salvação não vem daquilo
que nós fazemos mas do que Jesus fez por
nós. E o que nós fazemos rezando, rezando... novenas, celebrando, rezando o
terço... fazendo a caridade... é
expressão do amor de Deus que foi colocado
em nosso coração. Por que Jesus deu a
vida por nós. Jesus nos resgatou... da morte. Vivemos desta força nova, dada
pelo Espírito Santo. Esta força que vem através do batismo e também através da
Crisma. No batismo no sentido de pertença a este corpo, que é a Igreja, cuja
cabeça é o Cristo. E na crisma como um
compromisso com este corpo para ser um membro ativo na Igreja...É a festa do
Espírito Santo.” (Neste momento o bispo
nos chama a atenção para alguns momentos na liturgia quando terminamos as orações...
dizemos na unidade do Espírito Santo...afirmou que o Espírito Santo é o
princípio de unidade).
Continua a homilia dizendo que
quem não tem o Espírito Santo vive na divergência em seu coração, dando o
contra. Dando lugar à falta de perdão, ao ódio, quem sabe falando mal do
próximo, falando mal do vizinho. Para estes todo mundo tem defeito. Para
àqueles que vivem em comunhão com o Espírito Santo vai viver ajudando, vai
viver fazendo o bem, falando o bem. Vai descobrir que todo mundo tem defeitos ,
mas, também tem qualidades.Então celebrar a festa do
Espírito Santo não é apenas fazer memória de Pentecostes que aconteceu no
início da Igreja. Pentecostes acontece, todo mês, quando o bispo celebra o
sacramento da Crisma. Nós ouvimos duas leituras falando sobre a vinda do
Espírito Santo. Mas, elas são diferentes... Porque cada autor sagrado escreve
dentro de uma perspectiva. O evangelista São Lucas, o terceiro livro do segundo
testamento. São Lucas escreveu também o livro dos Atos dos Apóstolos. A
primeira leitura de hoje, dos Atos dos Apóstolos: o que São Lucas estava
pensando quando a escreveu? Ele estava pensando no novo povo de Deus. E pensar
no novo povo de Deus ele descreveu a vinda do Espírito Santo como a que
aconteceu na formação do primeiro povo de Deus. Ou seja, os judeus, diante do
Monte Sinai, quando Moisés entregou a lei para o povo de Deus. São Lucas quer
mostrar que agora nós somos o novo povo de Deus e não mais regidos pela lei de
Moisés e sim pela força do Espírito Santo de Deus. Nós somos um povo unido. Nós
somos um povo que vivemos aquilo que está dentro do nosso coração e que foi
colocado pelo Espírito Santo de Deus. Vivemos o tempo de realização das
promessas que foram anunciadas no primeiro testamento. Vivemos o tempo do
segundo testamento. Falamos agora primeiro testamento e segundo testamento e
não mais antigo testamento e novo testamento para a gente não ferir a sensibilidade
dos judeus. Falar antigo testamento (antigo parece coisa velha, diz Dom Emanuel
em tom de brincadeira).
O primeiro testamento e o novo
testamento, uma nova aliança, no sangue de Jesus.
São Lucas está narrando nesta
perspectiva por isso havia ruído, barulho, como havia lá no Monte Sinai. As
línguas de fogo também são símbolos lá do Sinai... Tudo simbólico, afirma Dom
Emanuel e continua:
“O importante é a vinda do
Espírito Santo e a vinda do Espírito Santo faz com que tenhamos a força para a
unidade. Os apóstolos falavam e todo mundo entendiam”... É o contrário da Torre
de Babel era um povo só e construíram uma torre enorme que queriam que chegasse
até o céu, encima do orgulho humano... Babel significa confusão. Ao contrário
de Pentecostes que significa comunhão, unidade. Nós estamos celebrando a festa
da unidade e então São Lucas narra sob esta perspectiva.
Nós ouvimos no evangelho São João
pensando na nova criação. São João descreve a vinda do Espírito Santo no mesmo
dia da ressurreição de Jesus. Na manhã, daquele mesmo dia, os apóstolos estavam
perdidos... Jesus chega e os acolhe.
Jesus, príncipe da paz, chega e a primeira coisa que ele fala: a paz esteja com
vocês! E depois ele repete: a paz esteja com vocês! E ele mostra quem é ele,
mostra as chagas em suas mãos. Mostrando que aquele crucificado é o mesmo
ressuscitado, e que repete a paz esteja com vocês! Mostrando que a paz é muito
importante e quem tem o Espírito Santo vive nesta paz. E esta paz não é uma paz
tecnicamente. Na carta que São Paulo
fala mais da alegria é na carta aos Filipenses. São Paulo quando escreve aos
filipenses encontrava-se preso, tá na cadeia, e com os pés amarrados, e ele
fala da alegria! Ele repete: alegrai-vos, alegrai-vos! Embora estivesse preso. Então
nós precisamos desta alegria que vem do interior. A alegria de viver não na
carne, mas, no espírito. Isto é a beleza da nossa fé no Espírito Santo de Deus
que se apresenta em nós. Todos nós devemos viver na paz. E depois de Jesus
desejar a paz aos apóstolos Ele disse: assim como meu Pai me enviou, eu também
envio vocês! E todos são discípulos missionários! Todos nós somos discípulos
missionários! E a paz que devemos levar em missão, levarmos para o coração do
povo.
E aí o que acontece? Jesus sopra...
O evangelista quando fala em sopro, está pensando lá em Genesis 2, 7 quando
Deus sopra e acontece à criação. E aqui no evangelho Jesus sopra sobre os
apóstolos como Deus soprou e criou Adão e Eva. Sopro divino, o Espírito Santo
derramado sobre os apóstolos. Jesus sopra sobre os apóstolos recriando-os e
dizendo recebei o Espírito Santo de Deus. E depois Jesus dá aos apóstolos a
faculdade, que é própria de Deus, de perdoar os pecados: “aqueles a quem vocês
perdoarem os pecados, os pecados serão perdoados!” Isto é próprio de Deus! O
poder de perdoar os pecados foram dados aos apóstolos para que o passassem aos
seus sucessores os padres, os bispos para perdoarem os pecados em nome de Deus.
Porque só Deus perdoa! Este entendimento só a Igreja católica tem. Porque entende
e respeita esta passagem bíblica e que as outras Igrejas não tem o sacramento
do perdão.
Então por que Jesus deu a
faculdade aos apóstolos sabendo que ela morreria com os apóstolos? Será que
Jesus deu esta faculdade aos apóstolos para que morressem com eles? Acho que
não, disse Dom Emanuel.
O que Jesus queria é que
continuasse a tradição da Igreja. Então
aqueles a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados serão perdoados. Porque para que fazer unidade é preciso perdão
os pecados. É preciso tirar os ressentimentos do nosso coração, é preciso que sejamos
juntos, que as famílias se amem. Que os pais amem os filhos, que os filhos amem
seus pais, os esposos se amem. É a unidade. Depois Jesus envia os apóstolos a
formarem comunidade. A comunidade é o corpo de Cristo. Cristo é a cabeça da
Igreja e nós somos os membros. É mais uma imagem que São Paulo arruma para
mostrar a beleza da Igreja. Na Igreja Jesus é a cabeça e nós o corpo. Assim com
no nosso corpo a nossa cabeça comanda todos os gestos de nosso corpo assim é na
Igreja Jesus está no comando de tudo. Cristo é quem dirige. Se eu pertenço ao
corpo de Cristo, eu devo viver nesta unidade. Compreender que há um só Deus, um
só Senhor, um só Espírito. Há uma diversidade de dons, mas um só Espírito.
Festa de Pentecostes é festa da comunhão, festa da unidade. Pela força do
Espírito Santo de Deus que conseguiremos esta unidade. Na liturgia de hoje São
Paulo afirma que sem o Espírito Santo de Deus não podemos dizer que Jesus é o
Senhor.
Imploremos de Deus o seu Santo Espírito
para vivermos nesta unidade, esta comunhão. A alegria da fraternidade cristã reconhecendo
que temos um só Deus. E é um só Espírito, um só Senhor. Durante a missa,
prestemos atenção em todas as vezes que fala do Espírito Santo. E é Espírito Santo
que consagra. O Espírito Santo que nos perdoa, que ressuscita. O Espírito Santo
é Deus. Tudo que Jesus fez, fez na força do Espírito que é o Espírito do Pai, o
Espírito do Filho. É a terceira pessoa da Santíssima Trindade.
Então... Lembremos em todas as vezes que vamos rezar que nosso
Deus é uno e trino e que a nossa salvação vem através da morte e sangue de
Cristo derramado e depois ressuscitado. Terminemos esta reflexão orando, bem devagarzinho,
ao Pai: Em nome do Pai, em nome do Filho e em nome do Espírito Santo. Amém
A paz esteja com você e repete a
paz esteja com você!
Por Sílvia Ambrósio Pereira Müller